Guia Completo de ESG: Entenda, Implemente e Relate Suas Ações Ambientais, Sociais e de Governança

Do começo dos anos 2000, quando o ESG apareceu pela primeira vez, para cá, muita coisa mudou. O tema ganhou maior relevância nas empresas, nas bolsas de valores, na mente dos consumidores e nas políticas públicas. Com tantas mudanças, se tornou um tema mais complexo. Pensando nisso, a gente criou um mini-guia de ESG.

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Guia Completo de ESG: Entenda, Implemente e Relate Suas Ações Ambientais, Sociais e de Governança

O que é ESG? 

ESG é a sigla, em inglês, para Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança Corporativa, em português). Na prática, é o que empresa faz para demonstrar sua responsabilidade com o meio ambiente, impacto social e boas práticas de negócios. 

O ESG surgiu no começo dos anos 2000, quando Kofi Annan, à época secretário-geral das Nações Unidas, apresentou no Banco Mundial os desafios que o planeta e a sociedade enfrentariam nas próximas décadas. Ao invés de se limitar aos governos, ele e a ONU desafiaram as empresas a contribuírem com a transformação global.  

Nos primeiros anos de ESG, as empresas se preocuparam como se transformar internamente, por exemplo:  

  • Como produzir de forma mais sustentável?  
  • Como diminuir a emissão de gases do efeito estufa?  
  • Como garantir boas práticas de negócios? 
  • Como ter um board mais diverso? 

De lá para cá, o ESG amadureceu e se expandiu, além das mudanças internas, as empresas começaram a se preocupar com toda sua cadeia de valores. Em outras palavras, passaram a olhar para seus fornecedores, a família dos seus colaboradores, comunidade ao redor das sedes, e entenderam que uma empresa não está isolada no mundo.  E assim, o ESG ficou muito mais complexo do que já era. Afinal, não basta olhar apenas para o ambiente interno, é preciso se preocupar com o legado que a empresa irá construir para o mundo. 

Por que as empresas devem investir em ESG? 

Se no começo dos anos 2000, o governo era visto como o único responsável por preservar o meio ambiente e promover a transformação social, hoje, os consumidores também cobram as empresas. Optam por produtos sustentáveis e marcas que sejam mais inclusivas. Como resultado, empresas com políticas sérias de ESG tendem a conquistar mais mercado, principalmente entre os mais jovens. Portanto o ESG não é moda, ele faz parte do dia a dia das empresas, do operacional ao estratégico. Da embalagem do produto à cultura da empresa.  

Como começar a investir em ESG? 

Como a gente mostrou, ESG é uma área complexa e, por isso, é difícil definir onde investir. Um bom ponto de partida são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) criados pelo Pacto Global da ONU. Eles foram criados pensando em ações que as empresas podem promover. São 17 ODS cada um com suas metas próprias. A nossa sugestão é que você acesse o site da ONU, leia cada um dos objetivos e escolha quais a sua empresa pode contribuir ou até mesmo já contribui. O mais legal é que ao selecionar os ODS, a sua empresa já tem um plano de ação com as metas definidas. É o primeiro esboço de um planejamento de ESG. A partir disso, serão as ações que a sua empresa fará. A gente fez uma lista de exemplos para seguir: 

Quais são os tipos de Ações de ESG 

Apesar de ser dividido em três grandes áreas, o ESG não acontece de forma isolada. Ou seja, ações ambientais também tem impacto social e de governança, e vice-versa. Dito isso, algumas políticas focam mais no ambiental, outras, no social e outras, na governança. 


Exemplo de ações Ambientais para o ESG 

As ações ambientais são aquelas que têm como foco promover práticas mais sustentáveis na empresa: seja na produção ou no consumo. Talvez as ações ambientais sejam as mais conhecidas no ESG, afinal, sentimos na pele os efeitos da mudança climática. Além disso, mensurar os investimentos ambientais é mais fácil: basta olhar o quanto de carbono você deixou de emitir com as mudanças feitas, quantos quilos de lixo deixaram de ser produzido, economia na energia, entre outros. 

Algumas ações ambientais que podem ser implementadas na sua empresa: 

  • Não utilizar copos descartáveis. 
  • Apagar as luzes de ambientes vazios. 
  • Utilizar energia renovável. 
  • Plantar árvores em áreas desmatadas. 
  • Optar por uma frota de veículos elétricos. 
  • Filtrar a emissão de gases do efeito estufa. 
  • Utilizar embalagens recicláveis. 
  • Promover a economia circular. 

Todas essas ações impactam positivamente o meio ambiente, algumas são mais fáceis de implementar, outras têm maior impacto no longo prazo. 


Exemplo de ações de Investimento Social para o ESG 

Os investimentos sociais corporativos são aqueles que focam na mudança social e na bem-estar das pessoas. Em outras palavras, são ações que focam nos grupos mais vulneráveis. Apesar de ser o mais presente nos ODS – 92% dos objetivos tocam pelo menos um dos direitos humanos – não é tão debatido, afinal o social é cheio de nuances e particularidades.  Não tem um cálculo de carbono como nas ações ambientais, isso não significa que investimentos sociais não são mensuráveis – vamos falar disso na próxima sessão. 

Alguns exemplos de Investimentos Sociais Corporativos: 

  • Programas de Diversidade, Equidade e Inclusão dentro da empresa. 
  • Programas de Jovem Aprendiz. 
  • Bem-estar da família dos colaboradores. 
  • Atuação com a comunidade ao redor da empresa. 
  • Política de fornecedores locais.

Exemplo de ações de Governança Corporativa 

A Governança Corporativa é o que garante que a empresa tem processos éticos, transparentes e fará o que se propôs a fazer. É a Governança Corporativa que garante que a empresa não apenas fala, mas faz o que diz. É a área que evita o green washing e social washing. 

Alguns exemplos: 

  • Criação de processos para a contratação de fornecedores. 
  • Definição de processos para a área de ESG.  
  • Transparência na remuneração. 
  • Respeito às leis trabalhistas. 
  • Ética nos negócios. 
  • Política anticorrupção. 

A Governança Corporativa é a área responsável por criar bons hábitos na empresa. Inclusive, na elaboração de relatórios de prestação de contas para todas as áreas, inclusive para as ações de ESG. 

Como fazer relatórios de ESG? 

É muito legal saber que uma empresa está contribuindo para construir um planeta melhor, mas não basta apenas contribuir. É preciso saber quais ações são as mais eficazes e de que forma elas contribuíram para o planejamento de ESG da empresa. É por isso que ter um relatório estruturado de ESG é tão importante. O principal ponto é que o relatório de ESG vá além de uma lista de ações, mas traga um resultado. Por exemplo:  

Ação  Resultado 
Fomentar o desenvolvimento de pequenos produtores rurais  Pequenos produtores rurais passaram a fornecer 50% dos insumos do restaurante X. 

 

Na prática, a mensuração segue quatro passos: 

  1. Definir o que será feito e o quais métricas serão acompanhadas;
  2. Antes de começar a fazer, recolher os dados relevantes;
  3. Enquanto a ação estiver ocorrendo, recolher os dados parciais;
  4. Quando a ação finaliza, medir o resultado. 

Como estamos falando de diversas áreas com ações específicas, as métricas podem variar muito. Alguns exemplos: 

Objetivo  Métrica 
Diminuir o consumo de energia da empresa  Megawatts consumidos 
Aumento de renda da população do bairro X.  Número de pessoas bancarizadas 
Aumentar o número de mulheres em cargo de liderança  Número de mulheres em cargos de liderança 

 

Além disso, o Global Reporting Initiative (GRI) é um modelo reconhecido internacionalmente para a reportar dados de ESG. Eles são divididos por números: os 200 são relacionados à Governança; os 300, ambiental; os 400, social. Eles orientam com clareza diversas ações, como reportar e o que mensurar. São vários modelos distintos. Quando as ações são feitas internamente, a coleta de dados costuma ser mais fácil. Já ações sociais são mais difíceis de serem mensuradas, muitas vezes, dependem que ONGs e Negócios de Impacto coletem esses dados e apresentem os resultados. Pela Governança Corporativa, esses dados precisam ser auditados. E isso dificulta investimentos sociais corporativos. Por isso, a gente criou a Paresi. A gente capacita projetos sociais para que eles aprendam a reportar os dados com os padrões ODS/GRI, esses dados são auditados e você tem acesso a eles por meio de um dashboard com as métricas relevantes para o planejamento de ESG da sua empresa.  

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